MATRÍCULAS ABERTAS PARA 1º SEMESTRE DE 2012.

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sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

PENSAMENTOS DE UM PREGO





OI EU SOU UM PREGO.


Tenho muitas utilidades segundo o dicionário, sou de aste metálica, delgada, pontiaguda em uma extremidade e geralmente com cabeça na outra, destinada a cravar-se em madeira etc., mas sirvo para outras coisas também.

Fui criado pela inteligência do homem, a qual tenho um grande respeito e gratidão, afinal se não fosse por ela eu não teria existido.

Mas eu não estou aqui expondo meus pensamentos simplesmente, estou para me apresentar diferentemente de outros iguais a mim, tive uma experiência que me marcou demais.

Estava eu com meus amigos, embora seja eu um simples prego, sempre tive muitos amigos desde a minha criação. Bom, mas isto não vem ao caso agora.

Quando fui pego pela mão de um homem, confesso que fiquei feliz, afinal como todo bom prego havia chegado o meu grande dia. Que alegria... Pois todos nós esperávamos por este dia, quando seriamos usados. Que alegria!

Confesso que ao mesmo tempo fiquei preocupado, seria eu um prego que iria entortar? Vocês sabem, muitos iguais a mim após terem esperado tanto, não aguentaram as pancadas fortes, alguns de nós amassamos, somos descartados, jogados fora e em meio a esta alegria e preocupação fui eu pensando: usarei todas as minhas forças, todas mesmo. Que me batam contra o concreto! Irei aguentar, irei suportar, afinal, era meu grande dia, mas tive uma grande alegria quando senti minha afinada ponta contra algo muito macio. E naquele momento me apareceu um sentimento estranho, era para eu estar feliz, mas eu não estava, eu fiquei confuso. Que sentimento era este, que até eu sendo um objeto de uso tão corriqueiro, comum, estava sentindo a minha felicidade não querer se mostrar e quando comecei a entrar com minha ponta afiada não precisei me esforçar, eu vi que não era algo normal, não era madeira, não era concreto, era a mão de um homem, sim a mão de um homem. Eu me perguntei por quê? Aquilo não era a minha utilidade, eu não fiquei esperando tanto para ser colocado na mão daquele que me criou, mas em meio a este desagradável momento, algo me pareceu mais estranho ainda, quando percebi que aquele homem tinha uma mão diferente, sim diferente, mas esta diferença não estava na aparência, aquela mão tinha algo que me fez sentir tristeza, mas como eu, um simples prego, poderia sentir isto? Quando de repente eu pude ver, não como vocês, mas tudo parecia nítido, claro, aquele homem era diferente, eu pude sentir aquelas pessoas que estavam ao seu redor algumas choravam, outras gritavam, outras zombavam e aquele homem calado e quieto, eu me perguntei o que estão fazendo? Será que os homens que eu admirava tanto não estavam sentindo o que eu e algumas pessoas ali estavam? Como eu sendo apenas um simples prego poderia perceber o sofrimento? Nós podiamos sentir que aquele homem que estava ali, sendo pregado, antes fora chicoteado, esbofeteado, maltratado e estava ali se esvaindo em sangue, era diferente. Eu vi no rosto de alguns ódio e de outros sofrimento, mas daquele homem eu pode sentir amor, sim, era amor. Que sentimento tão lindo, tão forte, que até eu, um prego, pude, por um momento, sentir.

Aquele homem foi levantado e sobre mim colocou seu peso, e eu ali banhado pelo seu sangue pensei, como aqueles homens poderiam não sentir a mesma gratidão que eu, pois eu tinha uma grande gratidão por aquele que tinha me criado, e eles não tiveram compaixão do homem que os tinha criado.

Um simples prego pode perceber tão grande amor! Tratava-se do próprio criador do homem ... Tratava-se do amor de deus.

Hoje pouco sobrou de mim, porque com o passar do tempo, mesmo eu sendo de ferro, tão forte, estou corroído, mas de uma coisa tenho muita certeza, que aquele amor, ao contrário de mim, um prego, nunca iria acabar.

Ass: Um Simples Prego

ESCRITO POR: MARCOS ÂNGELO DA SILVA
SEMINARISTA DO 7º PERÍODO DE TEOLOGIA - SBBRJ
RIO, 22/02/2005